Minha admiração pelo Noel não é segredo para ninguém. Mas hoje foi diferente, escutar
Quién Necesita Mirar não teve o mesmo significado de todas as outras vezes, não que eu não soubesse a letra de frente para trás e de trás para frente, mas sim porque, talvez pela primeira vez, eu fui mais e mais fundo nessa letra.
Essa manhã (ou tarde já que realmente acordei muito tarde) foi um dos dias em que me encontrei perdida entre meus sentimentos e emoções, e estava pronta para desabar em prantos mais uma vez – nem sei quantas vezes já havia feito isso no dia – quando ouvi a voz doce e calma dizer:
‘Yo puedo elegir volver a llorar’; percebi que era exatamente isso. Eu havia escolhido voltar a chorar, fui eu quem tomou essa decisão.
Eu deixei que as coisas tomassem o rumo, eu perdi – ou não – o controle da minha vida que sempre tentei deixar completamente arrumada. Se houvesse culpado em tudo isso, seria apenas eu. Abri o
vagalume a fim de ler e reler a letra tentando encontrar uma vírgula que fosse que me fizesse desistir desse texto, que me mostrasse que eu estava errada, mas só fui encontrando mais e mais motivos para terminá-lo.
Eu ainda não posso dizer exatamente quem eu sou, mas com certeza sou sim
‘del presente um pasajero más’. E se estou passando, por que essa seriedade? Por que a vontade de tudo estar perfeito, de ter o controle?
Hoje eu decidi escolher: vou abraçar a chuva e me deixar molhar, deixar o vento me levar, ser apenas uma passageira mais, rir de frente para o amanhecer, mudar a lua de lugar e ficar com a luz.
Com a luz, com a paz, com a segurança de viver. Viver sem perder o controle, sem enlouquecer e me deixar abater.
Solo hay que vivir, solo hay que sentir y cantar esta melodia y bailar sin temer. No dejarse vencer porque hoy no fue um buen día. (Camino el Sol - RBD)