quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Caminhos da Vida

Postado por Flá às 19:11 0 comentários

O amor não precisa de explicação, o amor dispensa definição. O amor se basta, dois amantes se completam. O amor é amigo do tempo, é irmão da felicidade e pai da cumplicidade e do perdão.



domingo, 17 de novembro de 2013

Do (não) amor.

Postado por Flá às 15:12 0 comentários



"- O tempo do outro demora uma eternidade. O tempo do outro demora duzentas mil vezes o espaço que eu dou para o tempo do outro. Eu preciso ver a outra pessoa para saber se de fato gosto dela, mas não consigo. Minha ânsia de amar é tão grande que me apaixonei criança por um vulto e até hoje fico pegando coisas reais para tentar preenchê-lo, mas o amor vive vazio. É como se eu tivesse te comprado, ou melhor: te inventado. A pior vingança de quem ousa inventar um amor é o personagem criar vida própria. Eu não respeito você. Não me importa sua hesitação. Qualquer tempo seu longe de mim é uma ofensa pessoal.
- Eu só tô te conhecendo, entende? Foi legal e tudo. Mas amor? Quem é que ama em uma semana?
- Eu
- Você acha que me ama, mas você não ta me vendo. Você tem uma sala na sua cabeça. Uma sala com um homem sentado no centro dela. Esse homem tem uma xícara de chá e um quadro e um tapete. Você não ama, você faz entrevista de ator pra cena que tem na sua cabeça. Você quer saber exatamente o que eu penso desde que seja exatamente o que você quer que eu pense. Você me chama de frio mas frieza é desconsiderar totalmente a outra pessoa como você faz. É desrespeitar o tempo dessa pessoa. É impor a sua realidade a essa pessoa. A maior vingança de um personagem é ter vida real e eu tenho vida real e você não suporta essa vingança. Toda a sua inteligência não foi capaz de colocar roteiro no mundo e então você anda por aí com suas olheiras e enjôos e medos e dores nas costas e cinismos e maldades. Como se todo mundo te devesse desculpas por não estar se movimentando de acordo com a sua direção. O amor é bem mais humilde que isso. Isso é desejo e desejo torto. E porque ainda não é amor, você cava a terra como um cachorro que precisa esconder o ossinho da dor. Você quer roer eternamente o seu vazio escondido no lugar onde sua flor idealizada nunca nasce e nem nunca vai nascer."

[Tati Bernardi]

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Que o nosso amor pra sempre viva.

Postado por Flá às 12:32 0 comentários

Ela atravessava a rua distraidamente olhando para o celular que tinha acabado de mostrar uma nova mensagem, nem vira em quem esbarrara na esquina, mas foi instintivo desviar a atenção para pedir desculpas.
-Desculpa, eu tava tão... – a frase parou no meio quando os olhos se encontraram – distraída, é isso, eu estava distraída! E você, meio estranho estar aqui, não, Felipe?
Fazia anos que ela não o via, a cidade era pequena realmente, mas não poderia acreditar que um dia ele voltasse para o que quer que fosse, nem para visitar a família.
-Minha avó, ela já não pode visitar para ver o neto preferido. – ele sorriu de canto a abaixou o rosto do jeito que ela nunca se esquecera, Rafaela precisou então piscar e respirar rápido para recuperar os sentidos.
-Preferido depois dos... Quantos netos ela tem mesmo? – os dois riram levemente – Não imaginava te encontrar, de verdade, achei que nunca mais iríamos nos ver.
-Eu também, Rafa, foi por isso, para não nos vermos, que evitei a cidade todos esses anos. Tudo bem que você sempre foi melhor do que eu em passagem de tempo, mas acho que são três anos, não? – ele estava sendo tão sincero que ela pensou se estava sonhando, mas se fosse, ela desejou não acordar.
-Não, quatro anos, completados semana passada, segunda-feira. – ela sentiu as bochechas corarem, por que precisava decorar todas as datas que os envolviam?
-Pelo menos eu errei por pouco dessa vez – ele tirou a franja do olho dela – Você mudou, principalmente o cabelo e confesso que eu preferia os seus cachos.
Ela sentiu um frio na barriga, era a mesma frase que seu ex-namorado dissera semanas atrás, enquanto ainda estavam juntos: que ele preferia os cachos. Foi por isso que ela alisou.
-Garanto que eu tive motivos fortes! – Não pretendia dá-los ali, naquele instante – Vai ficar muito tempo por aqui?
-Uma semana, cheguei agora pouco na verdade – ele mordeu o canto dos lábios, era um hábito dela que ele sempre imitara só para irritá-la, mas agora tinha o efeito contrário – Quais os motivos?
-Já tinha me esquecido o quão persistente você pode ser!
-Mais alguma coisa que a sua memória não registrou? – ele parecia se divertir com o reencontro, não transparecia o nervosismo que ela tinha claro.
-O quanto você é lindo – ela disparou o pensamento sem pensar nas consequências, sabia que depois de uma semana não iria reencontrá-lo.
-Você sempre me surpreendeu, mas eu não imaginava que me diria isso.
-Não? – ela sorriu de leve – Sempre te disse isso, em todo o tempo que ficamos juntos e repeti para mim, mesmo depois, durante quatro anos.
-Você também é linda! – ele passou a mão pelo rosto dela – Se eu te beijar, vamos acabar revivendo todo o passado?
-Acho que sim... – ela parou um pouco para ver a situação – E sofreremos de novo depois quando você for embora. Mas eu não ligo.
-Não? – ele se aproximou e ergueu uma sobrancelha em sinal de dúvida.
-Não, prefiro aproveitar aqui, agora. A sua ausência é o que dói e isso não importa quanto tempo passe.

Então eles se beijaram.

I will never win this game without you.

Postado por Flá às 11:04 0 comentários
Eu vou negando as aparências, disfarçando as evidências, mas pra que viver fingindo se eu não posso enganar meu coração?


As pessoas mentem. Mas as pessoas mentem para si mesmas tentando fingir e mentir, dizer que não, que não é assim ou assado.  As pessoas negam  seus sentimentos pelo medo de se tornar algo mais forte, não correspondido. Têm medo de sofrer.

Mas o que é a vida se não um eterno ciclo de alegrias e tristezas, alternância do alto e baixo, certo e errado? Fechamos a boca, escondemos o coração, negamos o frio na barriga, resistimos a atração. Para no fim compreender que é mútua, mas que já é tarde demais.
 

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