terça-feira, 1 de julho de 2014

“Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne e sangra todo dia.” [José Saramago]

Postado por Flá às 17:26 0 comentários



"Tomara que a neblina das circunstâncias mais doídas não seja capaz de encobrir por muito tempo o nosso sol. Que toda vez que o nosso coração resfriar à beça, e a respiração se fizer áspera demais, a gente posso descobrir maneiras para cuidar dele com o carinho todo que ele merece. Que lá no fundo mais fundo do mais fundo abismo nos reste sempre uma brecha qualquer para ver também um bocadinho do céu."
[Ana Jácomo]

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Postado por Flá às 21:48 0 comentários

Paz, é tudo que eu venho tentando encontrar


Mas, me vem a saudade fazendo lembrar...

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Nada.

Postado por Flá às 23:11 0 comentários
Você repara nas colunas da Tati Bernardi e pensa “quão simples pode ser a inspiração”. Vem assim, da imagem captada, da palavra gravada, do sonho tido... Mas não. As duas imagens não parece tão boas, as palavras ditas ao seu redor não parecem as melhores para serem gravadas no papel e os sonhos... Esses parecem não passar de um borrão preto capaz de durar por todas as poucas horas que suas noites estão tendo.
Você lê o trabalho de Literatura Portuguesa e vê o quão simples Fernando Pessoa conseguia ser. Simples? Ilusão! Simples ilusão de que uma visão cotidiana cercada de devaneios, por acaso, gerou uma poesia, um livro, uma coletânea... Gerou 180 heterônimos, 180 “eus” que se divergem e convergem com uma facilidade absurda. Facilidade...
Não que cheguemos aos pés de mestre Pessoa – ou de Mestre Caieiro para aqueles que conhecessem a história – se nem ao menos aos pés de algo simples tentamos chegar. Mas quando se tentar olhar para o nada, pensar o banal, as páginas a sua frente são um completo branco que parecem te intimidar para dizer “Sua vida? É nada!”. E nos abatemos, sem responder. Nossas vidas são nada, são brancas, pretas... De qualquer cor que nossa alma resolva pintar, mas são reles vidas comparadas ao tamanho do mundo.
E o que é a Filosofia? A ciência capaz de desvendar os mistérios que há entre o céu e a terra e nossa vã filosofia – difere-se aqui da letra maiúscula, por favor -  é capaz de compreender. E a incompreensão do mundo gera o devaneio que te leva ao nada, ao fundo, ao escuro...

Ao preto. Ao sonho.

E sonhos precisam de nexo?

E o que é a escrita além de sonho?

Precisa então a escrita ter nexo?

Nem aqui há nexo. Nem aqui há tudo o que eu queria.


Sonho. Preto.

terça-feira, 25 de março de 2014

Num piscar de olhos...

Postado por Flá às 20:10 0 comentários

... tá passando mais de um mês. A gente fica velho e o que a gente fez?

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Amores Imperfeitos

Postado por Flá às 21:15 0 comentários


Acordei naquela manhã de maio e estranhei a cena gravada em minha mente. Nunca fui daquelas que lembravam detalhes dos sonhos, na verdade, as noites sempre me pareceram uma eterna escuridão em que eu fechava os olhos e não pensava em mais nada, apenas descansava depois de um dia exaustivo. Mas aquele sonho...
Um campo. Foi em um campo verde com pequenas flores coloridas que não condiziam muito com a estação em que estávamos. Éramos eu e um homem. Nem tudo está claro, algumas coisas parecem verdadeiros borrões. Não sei ao certo sua altura, por exemplo, mas lembro-me que era suficientemente alto para me passar segurança. Não sei, também, se essa sensação de segurança vinha por braços grandes ou pequenos, mas abraçavam bem forte, bem forte mesmo.
Lembro-me claramente do vento. Ah, o vento! Era uma brisa que lhe batia no rosto e o deixava ainda mais belo. Sei que era bonito, mesmo que não me recorde da cor exata de seus olhos, ou o formato dos lábios, nem o tamanho da boca, nariz ou orelhas. Sei que sua pele era macia.
Era tão macia quanto os cabelos sedosos que brincavam em um ritmo perfeito, em total sincronia com a música. Esta era causada pelos singelos assobios das correntes de ar que transitavam por entre o emaranhado de sensações paradas em meio a nosso brilhante e revelador silêncio.
O homem dos meus sonhos! Esse é, literalmente, o homem com quem sonhei...
Não sei qual era o tom da voz, nem o volume com que ele pronunciava cada uma das letras de meu nome: J-U-L-I-A. Mas, tenho a mais completa certeza de que era perfeita, tal como os sinos. Todos os sinos de uma catedral tocando ao mesmo tempo em uma sintonia perfeita que umedece os olhos, quando toca os ouvidos... Lembrei-me até de uma música que diz algo sobre o amor começar quando se escutam os sinos que os outros não escutam, ou algo assim.
Aquele campo... Não era totalmente estranho, mas também não era nada que eu pudesse dizer “me lembro, perfeitamente, dele”. É estranho. Tenho a sensação de que ele está perto. Ele, o campo. Ele, o homem.
É realmente estranho. Mas, sei que o homem de meus sonhos existe e que vou encontrá-lo, vou transformá-lo em realidade. Ah, eu vou encontrar...
Senti como se esbarrasse em uma muralha e caí. Lembrei-me de, mais uma vez, anotar mentalmente, “nunca andar distraída”. Mas sei que jamais iria funcionar. Ergui o olhar e o encontrei.
— Você está bem? — Ele me estendeu a mão para que eu me levantasse e não hesitei.
— O amor da minha vida! — Completei a frase que estava em meu pensamento, mas ela saiu alta demais, sem que eu percebesse.
Mas era o amor da minha vida, era o homem dos meus sonhos.
— O que? — Ele me encarou como se eu tivesse dito algum absurdo e, na verdade, era mesmo.
— Nada. — Tentei sorrir e o vi dar um passo para trás e parar ao lado de alguém. — Estou bem, não precisa se preocupar.
— Tome cuidado! — Abriu aquele sorriso e se foi.
Foi. Com ela.
É difícil acreditar que o homem de meus sonhos já tinha a mulher dos dele, mas isso é a vida. Nem todos os amores são perfeitos.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Reply

Postado por Flá às 11:35 0 comentários

Preciso arrumar a mala dos meus sentimentos eorganizar a bagunça que se faz em meu interior.Um cheiro de mofo querendo tomar conta de tudo.A coragem adiada pelo medo de arriscar outra vez,escrava das consequências de atitudes tolas.A paz sufocada pela ansiedade do amanhãque tenta aprisionar a fé…E matar a esperança!Ahh… Mas eu vou lutar, apesar disso!Não vou deixar morrer meus sonhosporque a gente não pode desistir da vida.

A verdade é que, no meio da multidão, estamos carregando nossas malas pesadas de riquezas e belezas e sentimentos. E uma hora, só porque acontece e não se pode explicar sem parecer ingênuo e arrogante, escolhemos uma pessoa que nos leve.
Eu sei que é amor porque eu te escolhi pra me levar e, mesmo você não tendo aceitado, eu fui.
[...]
A mala não te atingiu, caiu meio metro antes do seu último passo. Nem o som do meu peito desmoronado, nem o cheiro do meu amor metalizado, nem a luz da minha devoção dourada. A mala espatifou no meio da avenida caótica pela chuva e pela véspera do feriado. Os famintos, os entediados, os pobre-ninguéns, os todos-os-outros, se engalfinharam pra tirar proveito do amor que, lançado ao homem sem mãos aparentes, agora ficou esparramado, exposto e restante no asfalto, como um resto de feira reluzente.

Tati Bernardi

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Caminhos da Vida

Postado por Flá às 19:11 0 comentários

O amor não precisa de explicação, o amor dispensa definição. O amor se basta, dois amantes se completam. O amor é amigo do tempo, é irmão da felicidade e pai da cumplicidade e do perdão.



domingo, 17 de novembro de 2013

Do (não) amor.

Postado por Flá às 15:12 0 comentários



"- O tempo do outro demora uma eternidade. O tempo do outro demora duzentas mil vezes o espaço que eu dou para o tempo do outro. Eu preciso ver a outra pessoa para saber se de fato gosto dela, mas não consigo. Minha ânsia de amar é tão grande que me apaixonei criança por um vulto e até hoje fico pegando coisas reais para tentar preenchê-lo, mas o amor vive vazio. É como se eu tivesse te comprado, ou melhor: te inventado. A pior vingança de quem ousa inventar um amor é o personagem criar vida própria. Eu não respeito você. Não me importa sua hesitação. Qualquer tempo seu longe de mim é uma ofensa pessoal.
- Eu só tô te conhecendo, entende? Foi legal e tudo. Mas amor? Quem é que ama em uma semana?
- Eu
- Você acha que me ama, mas você não ta me vendo. Você tem uma sala na sua cabeça. Uma sala com um homem sentado no centro dela. Esse homem tem uma xícara de chá e um quadro e um tapete. Você não ama, você faz entrevista de ator pra cena que tem na sua cabeça. Você quer saber exatamente o que eu penso desde que seja exatamente o que você quer que eu pense. Você me chama de frio mas frieza é desconsiderar totalmente a outra pessoa como você faz. É desrespeitar o tempo dessa pessoa. É impor a sua realidade a essa pessoa. A maior vingança de um personagem é ter vida real e eu tenho vida real e você não suporta essa vingança. Toda a sua inteligência não foi capaz de colocar roteiro no mundo e então você anda por aí com suas olheiras e enjôos e medos e dores nas costas e cinismos e maldades. Como se todo mundo te devesse desculpas por não estar se movimentando de acordo com a sua direção. O amor é bem mais humilde que isso. Isso é desejo e desejo torto. E porque ainda não é amor, você cava a terra como um cachorro que precisa esconder o ossinho da dor. Você quer roer eternamente o seu vazio escondido no lugar onde sua flor idealizada nunca nasce e nem nunca vai nascer."

[Tati Bernardi]

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Que o nosso amor pra sempre viva.

Postado por Flá às 12:32 0 comentários

Ela atravessava a rua distraidamente olhando para o celular que tinha acabado de mostrar uma nova mensagem, nem vira em quem esbarrara na esquina, mas foi instintivo desviar a atenção para pedir desculpas.
-Desculpa, eu tava tão... – a frase parou no meio quando os olhos se encontraram – distraída, é isso, eu estava distraída! E você, meio estranho estar aqui, não, Felipe?
Fazia anos que ela não o via, a cidade era pequena realmente, mas não poderia acreditar que um dia ele voltasse para o que quer que fosse, nem para visitar a família.
-Minha avó, ela já não pode visitar para ver o neto preferido. – ele sorriu de canto a abaixou o rosto do jeito que ela nunca se esquecera, Rafaela precisou então piscar e respirar rápido para recuperar os sentidos.
-Preferido depois dos... Quantos netos ela tem mesmo? – os dois riram levemente – Não imaginava te encontrar, de verdade, achei que nunca mais iríamos nos ver.
-Eu também, Rafa, foi por isso, para não nos vermos, que evitei a cidade todos esses anos. Tudo bem que você sempre foi melhor do que eu em passagem de tempo, mas acho que são três anos, não? – ele estava sendo tão sincero que ela pensou se estava sonhando, mas se fosse, ela desejou não acordar.
-Não, quatro anos, completados semana passada, segunda-feira. – ela sentiu as bochechas corarem, por que precisava decorar todas as datas que os envolviam?
-Pelo menos eu errei por pouco dessa vez – ele tirou a franja do olho dela – Você mudou, principalmente o cabelo e confesso que eu preferia os seus cachos.
Ela sentiu um frio na barriga, era a mesma frase que seu ex-namorado dissera semanas atrás, enquanto ainda estavam juntos: que ele preferia os cachos. Foi por isso que ela alisou.
-Garanto que eu tive motivos fortes! – Não pretendia dá-los ali, naquele instante – Vai ficar muito tempo por aqui?
-Uma semana, cheguei agora pouco na verdade – ele mordeu o canto dos lábios, era um hábito dela que ele sempre imitara só para irritá-la, mas agora tinha o efeito contrário – Quais os motivos?
-Já tinha me esquecido o quão persistente você pode ser!
-Mais alguma coisa que a sua memória não registrou? – ele parecia se divertir com o reencontro, não transparecia o nervosismo que ela tinha claro.
-O quanto você é lindo – ela disparou o pensamento sem pensar nas consequências, sabia que depois de uma semana não iria reencontrá-lo.
-Você sempre me surpreendeu, mas eu não imaginava que me diria isso.
-Não? – ela sorriu de leve – Sempre te disse isso, em todo o tempo que ficamos juntos e repeti para mim, mesmo depois, durante quatro anos.
-Você também é linda! – ele passou a mão pelo rosto dela – Se eu te beijar, vamos acabar revivendo todo o passado?
-Acho que sim... – ela parou um pouco para ver a situação – E sofreremos de novo depois quando você for embora. Mas eu não ligo.
-Não? – ele se aproximou e ergueu uma sobrancelha em sinal de dúvida.
-Não, prefiro aproveitar aqui, agora. A sua ausência é o que dói e isso não importa quanto tempo passe.

Então eles se beijaram.

I will never win this game without you.

Postado por Flá às 11:04 0 comentários
Eu vou negando as aparências, disfarçando as evidências, mas pra que viver fingindo se eu não posso enganar meu coração?


As pessoas mentem. Mas as pessoas mentem para si mesmas tentando fingir e mentir, dizer que não, que não é assim ou assado.  As pessoas negam  seus sentimentos pelo medo de se tornar algo mais forte, não correspondido. Têm medo de sofrer.

Mas o que é a vida se não um eterno ciclo de alegrias e tristezas, alternância do alto e baixo, certo e errado? Fechamos a boca, escondemos o coração, negamos o frio na barriga, resistimos a atração. Para no fim compreender que é mútua, mas que já é tarde demais.
 

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