terça-feira, 28 de janeiro de 2014

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Postado por Flá às 11:35

Preciso arrumar a mala dos meus sentimentos eorganizar a bagunça que se faz em meu interior.Um cheiro de mofo querendo tomar conta de tudo.A coragem adiada pelo medo de arriscar outra vez,escrava das consequências de atitudes tolas.A paz sufocada pela ansiedade do amanhãque tenta aprisionar a fé…E matar a esperança!Ahh… Mas eu vou lutar, apesar disso!Não vou deixar morrer meus sonhosporque a gente não pode desistir da vida.

A verdade é que, no meio da multidão, estamos carregando nossas malas pesadas de riquezas e belezas e sentimentos. E uma hora, só porque acontece e não se pode explicar sem parecer ingênuo e arrogante, escolhemos uma pessoa que nos leve.
Eu sei que é amor porque eu te escolhi pra me levar e, mesmo você não tendo aceitado, eu fui.
[...]
A mala não te atingiu, caiu meio metro antes do seu último passo. Nem o som do meu peito desmoronado, nem o cheiro do meu amor metalizado, nem a luz da minha devoção dourada. A mala espatifou no meio da avenida caótica pela chuva e pela véspera do feriado. Os famintos, os entediados, os pobre-ninguéns, os todos-os-outros, se engalfinharam pra tirar proveito do amor que, lançado ao homem sem mãos aparentes, agora ficou esparramado, exposto e restante no asfalto, como um resto de feira reluzente.

Tati Bernardi

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