sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Que o nosso amor pra sempre viva.

Postado por Flá às 12:32

Ela atravessava a rua distraidamente olhando para o celular que tinha acabado de mostrar uma nova mensagem, nem vira em quem esbarrara na esquina, mas foi instintivo desviar a atenção para pedir desculpas.
-Desculpa, eu tava tão... – a frase parou no meio quando os olhos se encontraram – distraída, é isso, eu estava distraída! E você, meio estranho estar aqui, não, Felipe?
Fazia anos que ela não o via, a cidade era pequena realmente, mas não poderia acreditar que um dia ele voltasse para o que quer que fosse, nem para visitar a família.
-Minha avó, ela já não pode visitar para ver o neto preferido. – ele sorriu de canto a abaixou o rosto do jeito que ela nunca se esquecera, Rafaela precisou então piscar e respirar rápido para recuperar os sentidos.
-Preferido depois dos... Quantos netos ela tem mesmo? – os dois riram levemente – Não imaginava te encontrar, de verdade, achei que nunca mais iríamos nos ver.
-Eu também, Rafa, foi por isso, para não nos vermos, que evitei a cidade todos esses anos. Tudo bem que você sempre foi melhor do que eu em passagem de tempo, mas acho que são três anos, não? – ele estava sendo tão sincero que ela pensou se estava sonhando, mas se fosse, ela desejou não acordar.
-Não, quatro anos, completados semana passada, segunda-feira. – ela sentiu as bochechas corarem, por que precisava decorar todas as datas que os envolviam?
-Pelo menos eu errei por pouco dessa vez – ele tirou a franja do olho dela – Você mudou, principalmente o cabelo e confesso que eu preferia os seus cachos.
Ela sentiu um frio na barriga, era a mesma frase que seu ex-namorado dissera semanas atrás, enquanto ainda estavam juntos: que ele preferia os cachos. Foi por isso que ela alisou.
-Garanto que eu tive motivos fortes! – Não pretendia dá-los ali, naquele instante – Vai ficar muito tempo por aqui?
-Uma semana, cheguei agora pouco na verdade – ele mordeu o canto dos lábios, era um hábito dela que ele sempre imitara só para irritá-la, mas agora tinha o efeito contrário – Quais os motivos?
-Já tinha me esquecido o quão persistente você pode ser!
-Mais alguma coisa que a sua memória não registrou? – ele parecia se divertir com o reencontro, não transparecia o nervosismo que ela tinha claro.
-O quanto você é lindo – ela disparou o pensamento sem pensar nas consequências, sabia que depois de uma semana não iria reencontrá-lo.
-Você sempre me surpreendeu, mas eu não imaginava que me diria isso.
-Não? – ela sorriu de leve – Sempre te disse isso, em todo o tempo que ficamos juntos e repeti para mim, mesmo depois, durante quatro anos.
-Você também é linda! – ele passou a mão pelo rosto dela – Se eu te beijar, vamos acabar revivendo todo o passado?
-Acho que sim... – ela parou um pouco para ver a situação – E sofreremos de novo depois quando você for embora. Mas eu não ligo.
-Não? – ele se aproximou e ergueu uma sobrancelha em sinal de dúvida.
-Não, prefiro aproveitar aqui, agora. A sua ausência é o que dói e isso não importa quanto tempo passe.

Então eles se beijaram.

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