segunda-feira, 25 de agosto de 2014

"E a vida tão generosa comigo veio de amigo a amigo me apresentar a você"

Postado por Flá às 21:15 0 comentários


Eu escrevi quando tudo era um sonho que acreditava ser realidade. Hoje eu percebi que a realidade eu estou negando e preferindo acreditar que é um sonho. Vejo todos os erros que cometo, cada equívoco que poderia evitar. Sinto em cada batida do coração como isso tem tudo para terminar mal e não desvio; procuro o abismo como quem vai atrás da felicidade, parecendo até que ela se encontra no pequeno foco de luz depois de uma escuridão sem fim. E eu nem vejo esse foco ainda.
Para cada sorriso nervoso ou sincero, um filme passou antes. Não que eu lembre exatamente, mas lembro de quando te conheci, de quando te vi, de quando te reencontrei, de quando te abracei, de quando errei. Lembro-me de quando te beijei e sinto vontade apenas de dizer tchau. Até que, enfim, corro pra um abraço apertado.

E as palavras saem tão bagunçadas quanto o coração. E a vontade não obedece a razão e o mundo parece dizer apenas que eu devo sair para longe do imã que me atrai.

terça-feira, 1 de julho de 2014

“Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne e sangra todo dia.” [José Saramago]

Postado por Flá às 17:26 0 comentários



"Tomara que a neblina das circunstâncias mais doídas não seja capaz de encobrir por muito tempo o nosso sol. Que toda vez que o nosso coração resfriar à beça, e a respiração se fizer áspera demais, a gente posso descobrir maneiras para cuidar dele com o carinho todo que ele merece. Que lá no fundo mais fundo do mais fundo abismo nos reste sempre uma brecha qualquer para ver também um bocadinho do céu."
[Ana Jácomo]

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Postado por Flá às 21:48 0 comentários

Paz, é tudo que eu venho tentando encontrar


Mas, me vem a saudade fazendo lembrar...

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Nada.

Postado por Flá às 23:11 0 comentários
Você repara nas colunas da Tati Bernardi e pensa “quão simples pode ser a inspiração”. Vem assim, da imagem captada, da palavra gravada, do sonho tido... Mas não. As duas imagens não parece tão boas, as palavras ditas ao seu redor não parecem as melhores para serem gravadas no papel e os sonhos... Esses parecem não passar de um borrão preto capaz de durar por todas as poucas horas que suas noites estão tendo.
Você lê o trabalho de Literatura Portuguesa e vê o quão simples Fernando Pessoa conseguia ser. Simples? Ilusão! Simples ilusão de que uma visão cotidiana cercada de devaneios, por acaso, gerou uma poesia, um livro, uma coletânea... Gerou 180 heterônimos, 180 “eus” que se divergem e convergem com uma facilidade absurda. Facilidade...
Não que cheguemos aos pés de mestre Pessoa – ou de Mestre Caieiro para aqueles que conhecessem a história – se nem ao menos aos pés de algo simples tentamos chegar. Mas quando se tentar olhar para o nada, pensar o banal, as páginas a sua frente são um completo branco que parecem te intimidar para dizer “Sua vida? É nada!”. E nos abatemos, sem responder. Nossas vidas são nada, são brancas, pretas... De qualquer cor que nossa alma resolva pintar, mas são reles vidas comparadas ao tamanho do mundo.
E o que é a Filosofia? A ciência capaz de desvendar os mistérios que há entre o céu e a terra e nossa vã filosofia – difere-se aqui da letra maiúscula, por favor -  é capaz de compreender. E a incompreensão do mundo gera o devaneio que te leva ao nada, ao fundo, ao escuro...

Ao preto. Ao sonho.

E sonhos precisam de nexo?

E o que é a escrita além de sonho?

Precisa então a escrita ter nexo?

Nem aqui há nexo. Nem aqui há tudo o que eu queria.


Sonho. Preto.

terça-feira, 25 de março de 2014

Num piscar de olhos...

Postado por Flá às 20:10 0 comentários

... tá passando mais de um mês. A gente fica velho e o que a gente fez?

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Amores Imperfeitos

Postado por Flá às 21:15 0 comentários


Acordei naquela manhã de maio e estranhei a cena gravada em minha mente. Nunca fui daquelas que lembravam detalhes dos sonhos, na verdade, as noites sempre me pareceram uma eterna escuridão em que eu fechava os olhos e não pensava em mais nada, apenas descansava depois de um dia exaustivo. Mas aquele sonho...
Um campo. Foi em um campo verde com pequenas flores coloridas que não condiziam muito com a estação em que estávamos. Éramos eu e um homem. Nem tudo está claro, algumas coisas parecem verdadeiros borrões. Não sei ao certo sua altura, por exemplo, mas lembro-me que era suficientemente alto para me passar segurança. Não sei, também, se essa sensação de segurança vinha por braços grandes ou pequenos, mas abraçavam bem forte, bem forte mesmo.
Lembro-me claramente do vento. Ah, o vento! Era uma brisa que lhe batia no rosto e o deixava ainda mais belo. Sei que era bonito, mesmo que não me recorde da cor exata de seus olhos, ou o formato dos lábios, nem o tamanho da boca, nariz ou orelhas. Sei que sua pele era macia.
Era tão macia quanto os cabelos sedosos que brincavam em um ritmo perfeito, em total sincronia com a música. Esta era causada pelos singelos assobios das correntes de ar que transitavam por entre o emaranhado de sensações paradas em meio a nosso brilhante e revelador silêncio.
O homem dos meus sonhos! Esse é, literalmente, o homem com quem sonhei...
Não sei qual era o tom da voz, nem o volume com que ele pronunciava cada uma das letras de meu nome: J-U-L-I-A. Mas, tenho a mais completa certeza de que era perfeita, tal como os sinos. Todos os sinos de uma catedral tocando ao mesmo tempo em uma sintonia perfeita que umedece os olhos, quando toca os ouvidos... Lembrei-me até de uma música que diz algo sobre o amor começar quando se escutam os sinos que os outros não escutam, ou algo assim.
Aquele campo... Não era totalmente estranho, mas também não era nada que eu pudesse dizer “me lembro, perfeitamente, dele”. É estranho. Tenho a sensação de que ele está perto. Ele, o campo. Ele, o homem.
É realmente estranho. Mas, sei que o homem de meus sonhos existe e que vou encontrá-lo, vou transformá-lo em realidade. Ah, eu vou encontrar...
Senti como se esbarrasse em uma muralha e caí. Lembrei-me de, mais uma vez, anotar mentalmente, “nunca andar distraída”. Mas sei que jamais iria funcionar. Ergui o olhar e o encontrei.
— Você está bem? — Ele me estendeu a mão para que eu me levantasse e não hesitei.
— O amor da minha vida! — Completei a frase que estava em meu pensamento, mas ela saiu alta demais, sem que eu percebesse.
Mas era o amor da minha vida, era o homem dos meus sonhos.
— O que? — Ele me encarou como se eu tivesse dito algum absurdo e, na verdade, era mesmo.
— Nada. — Tentei sorrir e o vi dar um passo para trás e parar ao lado de alguém. — Estou bem, não precisa se preocupar.
— Tome cuidado! — Abriu aquele sorriso e se foi.
Foi. Com ela.
É difícil acreditar que o homem de meus sonhos já tinha a mulher dos dele, mas isso é a vida. Nem todos os amores são perfeitos.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Reply

Postado por Flá às 11:35 0 comentários

Preciso arrumar a mala dos meus sentimentos eorganizar a bagunça que se faz em meu interior.Um cheiro de mofo querendo tomar conta de tudo.A coragem adiada pelo medo de arriscar outra vez,escrava das consequências de atitudes tolas.A paz sufocada pela ansiedade do amanhãque tenta aprisionar a fé…E matar a esperança!Ahh… Mas eu vou lutar, apesar disso!Não vou deixar morrer meus sonhosporque a gente não pode desistir da vida.

A verdade é que, no meio da multidão, estamos carregando nossas malas pesadas de riquezas e belezas e sentimentos. E uma hora, só porque acontece e não se pode explicar sem parecer ingênuo e arrogante, escolhemos uma pessoa que nos leve.
Eu sei que é amor porque eu te escolhi pra me levar e, mesmo você não tendo aceitado, eu fui.
[...]
A mala não te atingiu, caiu meio metro antes do seu último passo. Nem o som do meu peito desmoronado, nem o cheiro do meu amor metalizado, nem a luz da minha devoção dourada. A mala espatifou no meio da avenida caótica pela chuva e pela véspera do feriado. Os famintos, os entediados, os pobre-ninguéns, os todos-os-outros, se engalfinharam pra tirar proveito do amor que, lançado ao homem sem mãos aparentes, agora ficou esparramado, exposto e restante no asfalto, como um resto de feira reluzente.

Tati Bernardi

 

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