Hoje eu me arrependi, acho que foi uma das poucas vezes de arrependimento sincero por algo que deixei passar, mas a culpa talvez não seja totalmente minha, só a maior parte.
Foi o acaso e ele estava ali, parado diante de mim com o sorriso de sempre, o sorriso aberto e meio torto. O sotaque e o tom de voz que nunca mudaram. Ele também não esperava e não havia muito que fazer, muito menos falar, talvez até tivesse, mas não naquela hora em que a memória faltou. Talvez pudesse ter sido algo assim...
“Olá, como eu senti saudades!
Como você está? Não imaginava te encontrar para aqui, de verdade, estou só de passagem bem rápida e parei para descansar um pouco que fosse. Comer algo talvez, por que não?
É, foi ótimo te ver também, parece que o destino gosta da gente, de nos aproximar um pouco de vez em quando.”
Mas isso não aconteceu. Então talvez me reste apenas isso, agora...
“Oi, eu adorei te ver, de verdade.
Queria que o momento tivesse durado mais, queria mais que um aperto de mão, talvez um abraço como o outro de tempos atrás. Queria te chamar de amor da minha vida como você pediu – apesar de eu ter te dado certeza de que não é bem assim!
Sei, não adianta reclamar agora, mas eu queria!”
É, eu só espero que um dia eu posso arrumar tudo isso, que esse dia chegue logo e que ele dure mais que outros dias passados.
Trecho de "Diário de Adoclescente" por Flávia Roveri
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vish
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