-Você tem certeza do
que está dizendo, Daniel? – ela perguntava sentada na cama e o encarando com os
olhos inchados pelo excesso de choro.
-Tenho, Mariana,
desculpa. – ele abaixou a cabeça sem conseguir entender o que estava
acontecendo exatamente depois de tanto tempo de namoro – Você mesma terminou
comigo há alguns meses.
-Eu sei, mas também fui
eu quem te ligo implorando para voltar, eu me arrependi e não entendo, não pode
ser por isso que você está tomando essa decisão agora!
-Claro que não! Você
sabe que eu não faria isso. – ele sorriu, mas era diferente, tinha uma ponta de
tristeza – Eu queria era me casar com você, mas algo mudou, eu não sei te
explicar. Na verdade, não sei o motivo de ter voltado com você.
-Você tem outra? – ela se
levantou com uma ponta de irritação
saindo pela voz – Me fala a verdade!
-Claro que não, Mariana!
– ele alterou o tom e respirou fundo para se controlar novamente – Eu não
terminaria com você por ter outra em vista, apesar de ter me interessado por
outra enquanto estávamos separados. Mas eu não te escondi isso, se fosse por
ela ou por qualquer outra, eu nem teria voltado. É pela gente, simples assim.
-Simples? – ela prendeu
o cabelo, era um verdadeiro sinal de nervosismo. – Como você pode dizer que é
simples terminar um relacionamento de cinco anos?
-Tudo tem que ser
complicado? Eu não te amo mais, não dificulte ainda mais, não faz isso comigo. –
a impaciência estava cada vez mais evidente.
-Não, eu não to
dificultando nada, Daniel! – foi a vez dela alterar a voz, a diferença é que se
manteve assim – Eu só quero entender onde a gente se perdeu.
-Isso eu também não sei
te responder, mas pode ter certeza de que eu lamento. Eu te amei muito. – ele a
encarou e ela pode sentir a verdade saindo de seus olhos.
-Eu nunca quis te
perder, mas é verdade também que nossas vidas são bastante diferentes, não é? –
ela foi quem sorriu de maneira triste.
-É. – ele a beijou na
testa de uma maneira carinhosa – Se cuida.
Ele pegou a bolsa que
tinha as suas coisas e saiu pela porta sem nem olhar para trás. Ele tinha que
seguir seu caminho. Não havia espaço para olhar para trás.
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