Eu escrevi quando tudo era
um sonho que acreditava ser realidade. Hoje eu percebi que a realidade eu estou
negando e preferindo acreditar que é um sonho. Vejo todos os erros que cometo,
cada equívoco que poderia evitar. Sinto em cada batida do coração como isso tem
tudo para terminar mal e não desvio; procuro o abismo como quem vai atrás da
felicidade, parecendo até que ela se encontra no pequeno foco de luz depois de
uma escuridão sem fim. E eu nem vejo esse foco ainda.
Para cada sorriso nervoso ou
sincero, um filme passou antes. Não que eu lembre exatamente, mas lembro de quando
te conheci, de quando te vi, de quando te reencontrei, de quando te abracei, de
quando errei. Lembro-me de quando te beijei e sinto vontade apenas de dizer
tchau. Até que, enfim, corro pra um abraço apertado.
E as palavras saem tão
bagunçadas quanto o coração. E a vontade não obedece a razão e o mundo parece
dizer apenas que eu devo sair para longe do imã que me atrai.