quarta-feira, 16 de novembro de 2011

"Viver é melhor que sonhar...

Postado por Flá às 16:46 1 comentários

…eu sei que o amor é uma coisa boa, mas também sei que qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa. (...) Você me pergunta pela minha paixão, digo que estou encantada como uma nova invenção.”
Elis Regina


Talvez eu ainda não saiba completamente, mas eu já estou aprendendo a viver, aprendendo a viver muito bem. Aprendendo a amar a realidade mesmo com todas as dificuldades, desejar que o sonho vire essa realidade e rápido, nem que pra isso eu tenha que realmente contar os dias!
O amor muda a gente, nos faz descobrir um caminho novo que com apenas uma pessoa ao seu lado basta para segui-lo. Uma pessoa e mais nada. Alguém para te abraçar, dizer que te ama, alguém para te apoiar, fazer um carinho e às vezes simplesmente não falar mias nada, porque o silêncio de um olhar pode ser mais revelador que qualquer coisa...
Eu hoje sei o que é o sonho, o caminho para a realidade. Hoje, mais do que nunca, eu tenho fé, confiança e perseverança. Hoje, muito mais do que antes, eu realmente penso em um futuro, sonho com a realidade, a realidade linda que eu sei que chega, chega exatamente como sempre foi planejada!


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Postado por Flá às 14:26 0 comentários

"Ela é uma moça de poses delicadas, sorrisos discretos e olhar misterioso. Ela tem cara de menina mimada, um quê de esquisitice, uma sensibilidade de flor, um jeito encantado de ser, um toque de intuição e um tom de doçura. Ela reflete lilás, um brilho de estrela, uma inquietude, uma solidão de artista e um ar sensato de cientista. Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e de ser por completo. Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez. Ela tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna."



Caio Fernando de Abreu

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Estou trancado em casa e não posso sair...

Postado por Flá às 17:13 0 comentários
...Papai já disse, tenho que passar
Nem música eu não posso mais ouvir
E assim não posso nem me concentrar

Não saco nada de Física
Literatura ou Gramática
(...)
E eu odeio Química

Não posso nem tentar me divertir
O tempo inteiro eu tenho que estudar
Fico só pensando se vou conseguir
Passar na porra do vestibular

Chegou a nova leva de aprendizes
Chegou a vez do nosso ritual
E se você quiser entrar na tribo
Aqui no nosso Belsen tropical

Ter carro do ano, TV a cores, pagar imposto, ter pistolão
Ter filho na escola, férias na Europa, conta bancária, comprar feijão
Ser responsável, cristão convicto, cidadão modelo, burguês padrão
Você tem que passar no vestibular


Química - Legião Urbana

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Das vantegens de ser bobo

Postado por Flá às 16:07 1 comentários
O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo. O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando."
Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a idéia.
O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas. O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski.
Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro. Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranqüilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu.
Aviso: não confundir bobos com burros. Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?"
Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!
Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.
O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham a vida. Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem.
Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!
Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.



Clarice Lispector

Amores imperfeitos

Postado por Flá às 14:37 1 comentários
Em uma bela tarde de domingo de um tempo que já não vem ao caso em uma cidade que também já não é tão importante, Juliana ia, como sempre, para o clube de sua cidade. Tudo estava normal, o tempo aberto, sem previsão de chuva, ótimo para mais um dia qualquer de piscina, ela só não esperava que encontraria alguém em seu caminho, ela só não esperava encontrar ELE, aquele que seria por longos anos o amor da sua vida.
Sentada a beira da piscina, tomando sol, envolta em seus pensamentos, Juliana apenas sente algo gelado tocar sua pele e constatou se tratar de respingos de água do mergulho de um menino que nunca havia visto antes. Nunca havia visto antes? Impossível, Vítor também freqüentava aquele clube, pode ser que não na mesma intensidade que ela, mas freqüentava, ela até poderia ter visto o garoto em algum lugar, mas não havia olhado o suficiente para reparar nos olhos castanhos, no cabelo quase loiro e na pele típica de um adolescente, com algumas espinhas, mas nem por isso menos bela. Como poderia aquela figura ter passado despercebida por seus olhos durante tanto tempo? Ele era lindo, com um olhar encantador e um jeito mágico.
-Desculpa, eu te molhei, né?! – ele tinha um jeito especial, ela realmente via brilho nos olhos castanhos.
-Não foi nada, eu to na beira da piscina, mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer mesmo. – ambos sorriram.
-Prazer, Vitor. – ele estendeu a mão para cumprimentá-la e em instantes ela retribuiu.
-Juliana.
E a partir daquele instante tão emocionante para ela, surgiram os primeiros olhares de uma bela história de amor. Bela? Não tão bela assim, isso não é um conto de fadas para existir um felizes para sempre...
Olhares pode ser o termo mais usado nesta história, pois era apenas isso que existia entre eles, as palavras se acabaram naquela primeira tarde de domingo em que se viram. Mesmo que ainda existissem palavras, já não eram mais tão necessárias, a teoria de que ‘um olhar vale mais do que mil palavras’ se aplicava perfeitamente aqueles dois jovens que estavam, juntos, descobrindo o que é o amor.
Mais uma tarde de domingo chegou e com ela a coragem tomou conta de Vítor, ele finalmente iria pedir para ficar com aquela que começava a rondar os seus pensamentos e sonhos, todo dia, toda noite. Ele só não contava com um pequeno impasse no meio do caminho, Juliana ainda não havia descoberto as sensações que um beijo (principalmente na pessoa amada) pode causar em alguém, o medo tomou conta da inocente jovem que ainda não conhecia as tentações mundanas.
O tempo passou, passou e a distância os separou, tudo indicava que Juliana estaria separada para sempre daquele que um dia despertou o seu coração, mas não, era amor de mais para ser jogado fora por um simples medo, o problema foi a situação em que ela o encontrou, feliz com uma namorada ao seu lado. Ela estava determinada, com ou sem namorada ela conseguiria aquele rapaz, ela o amava e seria feliz ao seu lado, custasse o que custasse.
Brigas foram inevitáveis em todo esse período, afinal ele tinha uma namorada e ela era apenas uma jovem em busca do primeiro beijo dado pelo seu grande amor. Ele também a amava. Não demorou muito para que toda essa raiva que diziam sentir se transformasse em risos, conversas e até algumas brigas como em toda relação.
Mas, como isso não é um conto de fadas (lembrem-se, não existirá um felizes para sempre), em um momento as vidas de Vitor e Juliana mudaram por completo, um único momento foi suficiente para que entre os dois não houvesse mais conversas, risadas, amizade, amor... Não houvesse mais amor? Para ele! Ela ainda o ama, Juliana ainda é apaixonada por aquele menino que conheceu em uma tarde de domingo no clube da sua cidade.
Agora é chegado o momento de essa menina fazer uma revolução, depois tantas vírgulas e reticências nessa história, ela sabe que é hora de colocar um ponto final.
 

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